segunda-feira, 27 de abril de 2009 PRIMUS 2006 Fizeram um post exatamente sobre este vinho, mesma safra, no Le Vin Au Blog; Vocês podem conferir lá também. Em princípio não iria falar sobre o Primus, mas o post de lá me instigou a me questionar mais sobre a primeira impressão que tive com o Primus.
Vamos aos fatos. O Primus é um vinho de corte, blend com mais de uma casta e que nesse caso apresenta 4 castas diferentes: Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Carmenére. Produzido pela Viña Veramonte chilena, o Primus é a bandeira do produtor, digamos assim. O mais curioso é que na safra de 2006, os produtores resolveram incorporar a Syrah, em concentração significativa de um terço do total, no blend final, coisa que não havia nos anteriores. Também tem estágio de envelhecimento em barris de carvalho americano (15%) e francês (85%), 25% novos, por longos 14 meses, o que qualifica o Primus como um vinho reserva acima do padrão. Fermentação malolática foi bem puxada, dando 14,5 de grad. alcoólica, muito forte.
Como raramente faço, por preguiça mesmo, no Primus eu tomei alguns cuidados. Geralmente não tenho paciência pra essas coisas, mas nesse caso, deixei ele na temperatura recomendada e abri ele uma hora antes de beber.
Vinho na taça, visual bacana, profundo, violáceo, gotas na borda caiam devagar. Aroma se comportou muitíssimo bem. Primeiro que para um vinho com 14,5 de álcool (uhuu!), tava comportadíssimo, sem exalar muito álcool, discreto, mas vamos dar um desconto pro fato que tava na temperatura mais baixa, uns 16 graus. Mas quando fiz a degustação propriamente as coisas desandaram um pouco. Achei o vinho extremamente ácido, não sei se era pelas castas, mas estava desequilibrado, não ia com a discrição dos aromas. Por exemplo, apesar do envelhecimento de 14 meses, a madeira era muito tímida, ainda mais a contar com o tempo em barris de primeiro uso. Tá, eu sei que valorização da madeira é algo muito pessoal, eu por exemplo dou muito valor, outras pessoas acham o contrário, que muita madeira é malandragem do produtor pra encobertar outros defeitos. Mas pra 14 meses, muito pouco. Mas fazendo alguma justiça, o paladar era legal sim, dava pra notar que tiveram um extremo cuidado em todas as fases da produção, oposto daquela coisa embrutecida que alguns produtores chilenos malandros (leia-se Viña Tarapacá) chamam de vinho e cobram uma fortuna por nenhum cuidado. Continuando, frutas vermelhas, sim, bem intenso, ponto positivo; nas últimas taças foi ficando mais redondo, macio, os taninos foram se comportando e tiraram um pouco aquela impressão de acidez.
É um vinho muito bom, se estiver na promoção que peguei (20% de desconto) vale; se estiver no preço normal... hummm, acho que não.
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